31 de janeiro de 2011

Mariposa


Voa mansa pela noite,
Asas de figura lunar
Riscam (sutís) o silêncio...
Irrompendo imaginação
Para magicamente encantar
Olhos insones...
São bruxas que nascem
De casulos de seda,
Abandonam o tom cinza
Pelo mistério cintilante das cores,
Que vibram mantos noturnos.


Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

28 de janeiro de 2011

Morfina



Madeira morta em plena primavera,
Onírico findar do ardor
Rijo de nácar se espalha entre dedos,
Frenesi passional de vontade e medo.
Írrita morfina na corrente sanguínea
Nosciva ficção sedativa e cristalina,
Amargo naco da vida ferina.


Francielly Caroba

15 de janeiro de 2011

Vigésimo segundo


Esperando amanhecer,
Observando do ângulo sombrio
Pela vigésima segunda vez...

Sol de vidro que vem me acordar
De sonhos monocromáticos,
Inverno permanente de olhos transparentes...

E a sensação é sempre a mesma
Pela ausência de calor,
Fria luz de pouco
Ou nenhum sabor.

Luz oblíqua de contradição
Do suspiro que sonha ser grito...
Neste vigésimo segundo
Dia natimorto.


Francielly Caroba

9 de janeiro de 2011

Transborda


Flui do vão de sensações,
Transborda pelos póros
E escorre sobre a pele.

Derrama entre os dedos
O que não se pode segurar.
Transborda do olhar
O que se desgarrou.

Vasa em palavras
E escapa em suspiros,
Quebram-se as correntes.

À flor da pele se mostra,
Ao instável movimento
Das certezas vãs.


Francielly Caroba