29 de agosto de 2010

Quimérico



Aquela presença
(In)explicável
De sensação tão real,
Mas que às vezes
Não sabe
Se prevê o futuro
Ou se revive o passado.


Francielly Caroba

20 de agosto de 2010

Tarde vermelha


A tarde vermelha
Rasgando os lençóis do dia
A árvore negra
Trazendo sombra doce

A escuridão nunca foi tão sedutora
A paz nunca foi tão mórbida
E serena.

A tarde ardente
Queimando meus ossos
A árvore incandescente
De frutos tão libertinos

Nas sobras encontro rostos
O mistério nunca foi tão evidente
E eminente.


Francielly Caroba

13 de agosto de 2010

Aparências


Corre sutil,
O frio
Na alma.

Consome furtiva,
A solidão
Na calma.

Desce mansa,
A raiva
Nas veias.

Cresce ativa,
A ânsia
Na carne.

Morre devagar
Com elegância,
Enquanto as aparências sorriem.
Francielly Caroba

[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]

4 de agosto de 2010

Castelo de Cartas


Cada carta em seu lugar,
Salas e quartos para arrumar.
Calma...
As cartas escorregam
Dos dedos da alma.
Vai se erguendo
E as dúvidas vão se entendendo
No castelo paredes acomodam,
Mas a que custo?

O visitante está chegando...
Um susto!
Um leve sopro da sua fala
Foi o suficiente,
Revela a fragilidade e abala
O meu castelo de cartas.

Francielly Caroba
[Direitos autorais reservados lei 9.610 de 19/02/98]